segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pinto da Costa: «Não trocava Hulk por Cristiano Ronaldo»


Pinto da Costa foi o primeiro convidado do «Somos Porto», programa dedicado ao clube azul e branco que estreou esta segunda-feira no Porto Canal. O presidente dos dragões falou do treinador, da equipa e do mercado, e garantiu que «não trocava Hulk por Cristiano Ronaldo», mostrando-se firme na intenção de só vender o 12 pelos 100 milhões da cláusula. Sobre a transferência milionária de hoje, a de Roberto para o Zaragoza, Pinto da Costa foi incisivo: «são milhões da treta, enquanto os nossos são reais», atirou o dirigente.

Roberto e os «milhões da treta»

Começando precisamente por esse tópico, o do ex-benfiquista, num dos raros momentos da entrevista em que Pinto da Costa se referiu aos rivais. Numa altura em que se discutiam posições de mercado, e a blindagem dos craques portistas, falou-se de Helton e logo a conversa parou em Roberto. O presidente dos dragões referiu-se então à transferência do espanhol para o Zaragoza como um negócio de «milhões da treta», enquanto os das transferências azuis e brancas «são reais».

«Jornais já venderam a equipa toda»

A partir daí, Pinto da Costa criticou também a postura de alguma imprensa desportiva portuguesa, que, diz o dirigente, «insiste em vender a equipa toda do FC Porto a cada dia». «A comunicação social já vendeu todo o plantel do FC Porto. Falcao, Hulk, Guarín, Rodríguez... acho que só não venderam o Helton, não sei se terão alguma coisa contra ele, mas deve ter sido o único a não ser falado.... Quem quiser jogadores dos FC Porto sabe o que tem de fazer: vem e paga a cláusula, porque senão nenhum deles sai», vincou. «Os jogadores imprescindíveis ao nosso projecto desportivo actual estão protegidos por cláusulas e elas são para valer», acrescentou.

Pinto da Costa admitiu ainda que os dragões não estão «a pensar ir ao mercado», porque não contam «perder nenhum jogador». No caso concreto de Falcao, o dirigente contou que se ri cada vez que vê a referência a um determinado clube como estando interessado no goleador.

«Não estamos a pensar ir ao mercado porque não estamos a pensar vender. No caso de Falcao, não estamos a contar que saia. Não vejo assim tantos grandes clubes que o possam comprar, e, se o querem, também não vejo por que estão à espera. Quem pode pagar esses valores [ndr: referindo-se aos 45 milhões da cláusula do colombiano] é o Real Madrid, quando quer, o Barcelona, de vez em quando e depois de discutir muito, é o Chelsea, é o Manchester City, é agora o PSG... Quando vejo o Atlético de Madrid a pensar no Falcao eu rio-me. Eu também estou interessado no Messi, no Kaká e em mais um ou outro grande jogador», brincou.

«Hulk vale os 100 milhões»

Sobre Hulk, e quando questionado directamente acerca do valor que aceitaria para uma transferência do brasileiro, Pinto da Costa foi peremptório. «Tudo o que vem nos jornais... é dos jornais. A nós não chegou nenhuma proposta pelo Hulk. Não chegou nada. O que vem na comunicação social não corresponde à verdade. [Quanto aos 100 milhões?] Acredito, acredito [que alguém pague]. O que eu vou dizer agora pode parecer uma heresia mas é a verdade, é a minha opinião: eu não trocava o Hulk pelo Ronaldo. São dois grandes jogadores, mas eu não trocava o Hulk pelo Cristiano Ronaldo, o que dizem ser o melhor do mundo e que custou o que custou ao Real Madrid. Assim, é só comparar...», reiterou.

«Beto merece lugar na selecção. É lógico que queira jogar»

Uma das excepções a esta blindagem do plantel dá pelo nome de Beto. O guardião tem sido sombra de Helton, vê agora o seu espaço reduzido com a chegada de Bracalli e quer, mesmo, é jogar. Pinto da Costa explica: «Para mim o Beto é um grande guarda-redes, dos melhores guarda-redes portugueses, senão mesmo o melhor. Merece, indiscutivelmente, estar na selecção. Unicamente, perdeu o lugar lá por não jogar no FC Porto e já mostrou vontade de sair, para jogar mais, por causa da selecção. Por isso, naturalmente que admitimos que ele saia para rodar. Beto já deu conta dessa vontade, não por não estar bem no FC Porto, mas porque quer e precisa de jogar. Ele está perfeitamente  identificado com o clube e toda a gente aqui gosta dele, mas é legítimo que queira sair para jogar e estamos disponíveis para aceitar isso».

Alex Sandro, Danilo e os milhões pagos: «É tudo uma questão de oportunidade»

A temática passou depois às novas contratações do clube azul e branco, avalizadas «por Villas-Boas e Vítor Pereira». «As novas contratações estavam a ser analisadas há muito tempo e tinham aval de Villas-Boas e Vítor Pereira. Posso dizer que já temos um plano de observação de possíveis jogadores para a próxima época, não esta que agora começa, mas para a seguinte. Aqui temos tudo programado com antecedência», aclarou o presidente, exemplificando com Alex Sandro, lateral que «já estava a ser seguido há um ano». Mas cuja chegada «não implica a saída de Álvaro Pereira», apressou-se a dizer Pinto da Costa.

O dirigente dos campeões nacionais justificou ainda os altos valores envolvidos nos negócios de Alex Sandro e Danilo e assumiu que estas cifras podem voltar a ser repetidas no futuro. «É tudo uma questão de oportunidade, e de aparecem jogadores com talento que as justifiquem, e de o clube ter capacidade para concretizar estes negócios. É também uma oportunidade relacionada com os parceiros que querem trabalhar connosco. Neste momento temos vários interessados, como um banco brasileiro e vários fundos internacionais. Isso facilita estas transacções. Assim poderemos investir a este nível e, mais tarde, gerar mais-valias», projectou.

Vítor Pereira é «escolha pessoal» para «ganhar tudo»
Pinto da Costa falou ainda da escolha de Vítor Pereira para o lugar de treinador, que voltou a frisar ser «apenas» sua e estar já «preparada» com antecedência. «Apresentei Vítor Pereira às 18h00, quando o André Villas-Boas saiu às 16h00. Não queria que no dia seguinte os jornais aparecessem com 30 nomes para treinador do FC Porto e pudessem depois dizer que o Vítor Pereira era a minha 15ª escolha. Ele já estava prevenido para ocupar este lugar, pensávamos que mais tarde, afinal foi mais cedo, mas foi assim e está lá bem», revelou.

A finalizar, Pinto da Costa garantiu que não tem «estado atento às contratações dos rivais» e traçou os objectivos da nova época: «conquistar a Supertaça, o campeonato, a Taça de Portugal e fazer uma boa Liga dos Campeões», não menosprezando «a Supertaça Europeia». Contudo, a ambição de ganhar a Champions não foi posta de lado. Foi, apenas, enquadrada: «temos de ser realistas... gostaríamos de a ganhar, mas vencê-la não tem o mesmo grau de dificuldade do que vencer a Liga Europa», finalizou o presidente do FC Porto.

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